Parar de fumar até parece missão impossível.

Você, provavelmente, já perdeu as contas de quantas vezes iniciou o processo, não é mesmo?

Nesse vale tudo, tentou diferentes soluções, ideias milagrosas e até simpatias.

Afinal, sempre tem uma proposta infalível que ensina “como parar de fumar cigarro em 5 dias”.

No fim das contas, sem resultado, você acaba desanimando.

Está disposto a tentar mais uma vez?

Então, deixe de lado os métodos empíricos e as promessas vazias.

Neste artigo, você vai conhecer o que a ciência e a medicina recomendam como as melhores práticas e dicas para parar de fumar.

Vai saber quais pastilhas, adesivos e medicamentos existem e são eficazes para vencer esse desafio.

Acredite: tem como parar de fumar naturalmente e em definitivo.

Não significa que seja fácil, mas o primeiro passo você está dando agora.

Se é parar de fumar que deseja, deixe de lado qualquer outra distração e acompanhe este artigo até o final.

Boa leitura!

Tabagismo: como a nicotina atua em nosso corpo

Parar de fumar é uma decisão mais que acertada.

Quando você entende como a nicotina atua em seu corpo, a luta para largar o cigarro toma outra proporção.

Essa é a mais famosa das mais de 4 mil substâncias tóxicas presentes no tabaco.

Junto ao alcatrão e ao monóxido de carbono, a nicotina forma um pacote potencialmente nocivo que, não raro, tem no câncer de pulmão a consequência.

Mais à frente, vamos falar sobre essa grave doença, que é comum entre os fumantes.

Antes, porém, vale compreender o que acontece com você ao fumar.

A regra número 1 é: o cigarro vai enganar você. Sim, é exatamente isso.

Para começar, é bastante provável que você se sinta mais relaxado.

O que acontece, na verdade, é que os movimentos dos músculos no seu corpo se tornam mais lentos justamente devido à nicotina.

Fumantes também relatam uma sensação de bem-estar, o que é um sinal da chegada quase que instantânea da nicotina ao cérebro.

Em apenas nove segundos, há um alívio provocado pelo cigarro, a ansiedade vai embora e a adrenalina ocupa o seu lugar.

A substância estimula o sistema nervoso central, aumenta a quantidade de dopamina no cérebro e, assim, ativa o que se chama de circuitos de recompensas cerebrais.

Tudo parece ótimo – e é justamente esse o problema.

Ao fumar, você é capturado pelas armadilhas da nicotina e, quando percebe, não vive mais sem ela.

Não demora para seu corpo começar a mostrar que o cigarro não tem nada de positivo.

Os dentes amarelam, a pressão arterial sobe, o coração fica sobrecarregado, sua capacidade respiratória cai, podem ocorrer episódios de náuseas, vômito e dores de cabeça.

Você vai se sentindo a cada dia pior, mas não consegue largar o vício.

Afinal, fumar é uma ilusão de bem-estar e relaxamento.

Quando tenta parar, sofre com a abstinência.

A ansiedade ataca forte, provocando tremores, agitação, taquicardia, sudorese, distúrbios do sono, irritabilidade, prisão de ventre e dificuldade para se concentrar.

Isso sem falar nas doenças que têm no tabagismo a sua causa.

Sim, você precisa parar de fumar definitivamente.

Por que você deve parar de fumar definitivamente?

Você viu no tópico anterior que o cigarro não faz nada bem, embora possa sugerir o contrário tão logo é tragado.

Ao mesmo tempo, ficar sem ele o faz se sentir pior ainda, o que aumenta bastante o grau de dificuldade na tentativa de parar de fumar.

Se, ao colocar tudo o que leu na balança, você acha que o melhor ainda é conviver com os malefícios do tabagismo, preste atenção.

Vamos falar agora sobre motivos incontestáveis para você abandonar o vício de uma vez por todas.

Uma morte totalmente evitável

O tabagismo tem relação direta com o desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças.

É classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável.

Ainda assim, mais de 10 mil pessoas morrem todos os dias em decorrência do cigarro.

Câncer de pulmão

Nove em cada dez pessoas portadoras de câncer no pulmão são fumantes.

Além disso, quem fuma tem 20 vezes mais chances de desenvolver a doença.

E tem mais: 89% dos pacientes morrem em decorrência do câncer.

Não é só o pulmão

Um único maço de cigarros consumido por dia provoca em torno de 150 mutações em células do pulmão por ano.

Mas elas também atingem a laringe (97), faringe (39), boca (23), bexiga (18) e fígado (6).

Na prática, o cigarro contribui bastante para doenças que acometem todos esses órgãos e partes do corpo.

Câncer de boca

Assim como acontece com o câncer de pulmão, entre os portadores de um tumor na boca, 90% também são tabagistas.

Inicialmente, a doença se manifesta a partir de lesões na região.

Homens acima dos 40 anos representam o principal grupo de risco para a doença.

Câncer de bexiga

Conforme pesquisa do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), fumantes têm três vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga.

Em homens, o cigarro contribui para o desenvolvimento da doença em 65% dos casos.

Já nas mulheres, a relação foi identificada em 25% das vezes.

Vale lembrar que as substâncias inaladas ao fumar ingressam na corrente sanguínea, são filtradas pelos rins e, então, chegam à bexiga.

Impactos do cigarro na gravidez

O bebê não fica imune ao cigarro, apesar de ainda estar no útero de sua mãe.

Esse é o principal alerta a ser feito a gestantes que fumam.

E não para por aí: a chance de aborto espontâneo é 70% maior do que entre não fumantes, enquanto a de um parto prematuro fica 40% acima das demais grávidas.

Vale lembrar ainda o estudo divulgado em 2015 por pesquisadores britânicos, das universidades de Durham e Lancaster, que identificou a partir de ecografias como os fetos são afetados pelo hábito de mães fumantes.

Impotência sexual

A chance de sofrer com impotência sexual aumenta em 85% graças ao tabagismo.

Essa é uma disfunção caracterizada pela dificuldade de ter ou manter a ereção em pelo menos metade das tentativas durante uma relação sexual.

Outras doenças

Segundo dados do Inca, o Instituto Nacional de Câncer, o tabagismo também está relacionado com uma série de outras doenças, incluindo:

  • Aneurisma arterial
  • Úlcera do aparelho digestivo
  • Infecções respiratórias
  • Doença coronariana
  • Infarto agudo do miocárdio
  • Bronquite
  • Enfisema
  • Doenças vasculares, como AVC e trombose.

Como parar de fumar definitivamente? (passo a passo)

Para quem vê de fora, parar de fumar pode ser simples: basta não acender mais um cigarro sequer, não é mesmo?

Que bom seria se, na prática, fosse mesmo assim.

Ignorar o cigarro é dificílimo, e só piora com o passar dos dias.

O segredo de quem consegue? Basicamente, a persistência.

Há diferentes métodos comprovadamente eficazes, mas que podem funcionar bem ou não com determinadas pessoas.

Seja como for, só há chance de qualquer tratamento para largar o tabagismo dar certo se você tiver a inteligência emocional amadurecida para isso.

Como um mantra, é preciso entender que o cigarro é seu inimigo e, por isso, você deve se afastar dele.

Cada novo dia sem fumar é uma vitória.

Mas como conseguir isso? É o que iremos explicar agora.

Como parar de fumar de forma abrupta

A parada abrupta é o método mais eficaz para parar de fumar, conforme estudo realizado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.

O índice de sucesso identificado pelos pesquisadores foi 25% superior ao da parada gradual, com 49% de êxito entre os fumantes avaliados.

Como o nome sugere, consiste no abandono do cigarro por completo.

Veja como funciona:

  1. Escolha uma data para parar de fumar, dando preferência a um dia importante para você, como o seu aniversário
  2. Se preferir, comece a partir do último cigarro no seu atual maço
  3. Não tenha mais nenhum cigarro em casa após a parada
  4. Conte com o apoio dos familiares para ocupar seu tempo de outras formas
  5. Tenha força de vontade para não voltar a comprar ou pedir um cigarro a amigos.

Como parar de fumar de forma gradual

Embora a parada abrupta possa ser mais eficaz para a maioria das pessoas, isso não significa que seja o melhor método para você.

Inclusive, não se pode tomar um estudo como definitivo.

Há alguns anos, neurocientistas da Universidade de Copenhagem, na Dinamarca, sugeriram que a parada gradual era a mais indicada, por ter uma abstinência menor.

Por outro lado, é justamente o prolongamento dessa abstinência um dos argumentos utilizados para não recomendar o método.

Como podemos perceber, não existe solução única para todo aquele que deseja parar de fumar.

Se você quiser tentar se livrar do cigarro gradualmente, tente os seguintes passos:

  1. Estabeleça um planejamento para parar de fumar
  2. Defina um período de no máximo duas semanas até a parada completa
  3. Enquanto isso, determine um número máximo de cigarros a fumar por dia
  4. Crie um calendário, reduzindo os cigarros dia após dia, até chegar à data estimada para a parada definitiva
  5. Além do auxílio de amigos e familiares, é válido recorrer ao acompanhamento médico e psicológico.

Chicletes de Nicotina

Agora, vamos começar a falar sobre os métodos de terapia de reposição de nicotina, que incluem os chicletes, pastilhas e adesivos.

No caso da goma de mascar, sua função é repor a substância responsável pelo vício, excluindo todas aquelas consideradas tóxicas e, portanto, prejudiciais à saúde.

Cada chiclete contém entre 2mg e 4mg de nicotina.

Costuma ser indicado a pacientes com grande dependência do cigarro, que sofrem com crises de abstinência.

Em alguns casos, pode ser aplicado o chamado Teste de Fagerström – clique e faça aqui.

Pastilhas de Nicotina

As pastilhas de nicotina cumprem exatamente a mesma função que a goma de mascar, inclusive tendo a mesma dosagem de nicotina.

A diferença básica entre os métodos está na forma de uso.

Enquanto o chiclete deve ser mascado inicialmente com bastante força, a nicotina é liberada na pastilha conforme ela se dissolve na boca.

Como não exige mastigação, pacientes com dificuldade na articulação da mandíbula podem recorrer à pastilha, que deve ser posicionada embaixo da língua.

Adesivos de Nicotina

Entre os métodos de terapia de reposição de nicotina, o adesivo de nicotina costuma ter maior aceitação na tentativa de parar de fumar.

Isso ocorre em razão da sua maior praticidade e menores efeitos adversos.

É colocado sobre a pele em qualquer parte do corpo, desde que não haja pelos no local e tampouco ocorra exposição ao sol.

Embora seu pico possa se dar em até nove horas de uso, a liberação de nicotina acontece por até 24 horas.

Os adesivos podem ter de 7mg a 21mg e, quando trocados, devem ser colocados em uma área diferente do corpo.

Spray Nasal de Nicotina

Para quem não se adapta ao adesivo, goma de mascar ou pastilha, há ainda mais uma alternativa dentre as diferentes terapias para repor a nicotina.

Como o nome sugere, o spray nasal de nicotina é aplicado a partir de borrifadas nas narinas.

Em geral, as aplicações são de 0,5mg da substância em cada narina, totalizando 1mg.

Com esse método, a nicotina atinge rapidamente a corrente sanguínea: em até 10 minutos depois da aplicação.

No entanto, o spray não é a opção mais prática para largar o cigarro, pois exige até 20 aplicações por dia.

Bupropiona

Agora, entramos no campo dos fármacos.

A bupropiona é um medicamento antidepressivo e, portanto, de uso controlado, que se mostrou eficaz no tratamento antitabagismo, amenizando os efeitos da síndrome de abstinência.

Sua indicação geralmente ocorre em casos de dependência elevada, nos quais há grande dificuldade em parar de fumar.

Também tem seu uso recomendado quando o paciente também apresenta algum transtorno psiquiátrico.

O que a bupropiona faz é competir com a nicotina e ocupando o seu lugar na promoção da sensação de bem-estar, que costuma ser buscada por quem fuma, ainda que inconscientemente.

Dessa forma, gradativamente, a dependência do cigarro cai e fumar se torna cada vez menos necessário.

Não há tempo médio de tratamento com base no medicamento, mas há casos em que o paciente consegue parar de fumar em três meses.

Cigarro eletrônico

O cigarro eletrônico surgiu em 2003, mas até hoje não tem comercialização permitida no Brasil.

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há evidências científicas que comprovem a segurança na sua utilização.

A OMS também possui um relatório no qual convida os países membros a proibirem a sua utilização.

O que o dispositivo faz é converter a nicotina diluída em vapor, mas seus refis podem conter diferentes aromas, como chocolate, morango e menta.

Seu objetivo, portanto, é simular as sensações que um cigarro tradicional proporciona.

Apesar das polêmicas, há quem defenda a eficácia do método.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade College London, na Inglaterra, sugeriu que a chance de parar de fumar é 60% maior com o cigarro eletrônico do que outras práticas terapêuticos, incluindo chiclete, pastilha e adesivo de nicotina.

Procurando ajuda profissional

Vamos falar de um estudo que já tem cinco anos, mas ainda vale ser citado.

Em 2013, a OMS divulgou que largar o cigarro sem ajuda médica tem 5% menos chance de dar certo.

Além disso, aqueles que conseguem parar de fumar só se mantém longe do vício por até um ano sem acompanhamento médico – é assim em até 99,5% dos casos.

Parece óbvio que você precisa buscar auxílio especializado para vencer a dependência.

Em linhas gerais, a abordagem deve ser multidisciplinar.

Ou seja, não basta recorrer a apenas uma especialidade médica, pois o paciente se favorece de um tratamento em diversas frentes.

Como estamos falando também de uma terapia cognitivo-comportamental, além de médicos, é importante ter o acompanhamento psicológico para lidar com os desafios da abstinência.

De qualquer forma, consultar com um clínico ou um pneumologista pode ser um primeiro e fundamental passo.

Afinal, além de interromper o uso do cigarro, você deve ser avaliado clinicamente para identificar se o vício já provocou danos à saúde.

Se você tiver acesso a um grupo de apoio a fumantes e ex-fumantes, vale a pena se informar.

Ao estar ao lado de pessoas com o mesmo desafio que você, a confiança na vitória pode ser maior.

Dia Mundial Sem Tabaco

Em 1997, a OMS criou o Dia Mundial Sem Tabaco, oportunidade na qual há eventos em todo o mundo para alertar sobre os malefícios do cigarro.

Anualmente, a data é lembrada sempre no dia 31 de maio.

No Brasil, a entidade responsável pela divulgação e promoção de campanhas relacionadas à data é o Inca.

Para quem deseja parar de fumar, como é o seu caso, o Dia Mundial Sem Tabaco pode ser a oportunidade perfeita para isso.

Conclusão

Você conferiu aqui um guia completo sobre o tabagismo, como a nicotina age no organismo, os prejuízos que gera à saúde e também as principais formas de tratamento.

Como vimos, não faltam métodos para largar o cigarro.

Entre adesivos, chicletes, pastilhas e medicamentos, há uma série de opções com as quais você conta para acabar com a dependência sem sofrer com a abstinência.

O caminho pode ser longo e cheio de obstáculos.

Por isso, a palavra-chave é persistência.

Sem força de vontade, parar de fumar se torna um objetivo ainda mais difícil de concretizar.

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Por: Cia da Consulta

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Comentários

  • Ana Clara Bizano Oliveira

    30/09/2019 | 02:19:56

    Muito boa essas dicas, vou seguir pois quero largar este vicio...

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