Conheça alguns mitos que podem atrapalhar o aleitamento materno 

Amamentar é um ato muito mais grandioso do que alimentar uma criança. A amamentação é um processo de interação profunda entre mãe e filho, que além de aumentar os laços afetivos, contribui com diversos benefícios para ambos. 

Segundo a Coordenação de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, no bebê, o leite materno previne infecções, alergias, obesidade na infância, contribui para o desenvolvimento cognitivo do bebê, entre outras vantagens. 

Já nas mães que amamentam os benefícios, por sua vez, são reduzir o risco de desenvolver câncer de mama e de ovário, assim como reduzir a síndrome metabólica, um conjunto de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como resistência à insulina e pressão alta e também obesidade

Agosto Dourado e a conscientização para a amamentação 

O leite materno é o melhor alimento que você pode oferecer ao seu filho nos primeiros meses.

Você sabia que agosto é o mês dedicado à amamentação? O mês que ganhou o nome de “Agosto Dourado” simboliza uma campanha social para promover maior consciência para as mães, pais e familiares quanto aos benefícios da amamentação e importância do leite materno na alimentação e formação dos primeiros anos de vida do bebê.  

A campanha que foi criada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a escolha da cor dourado significa o “padrão de qualidade” do leite materno como um alimento fundamental para os que estão chegando ao mundo.  

Porém, mesmo estando provados os benefícios da amamentação para mãe e principalmente para o bebê, além da realização de campanhas promovendo a prática, muitos ainda são os mitos que envolvem esse momento da vida da mulher e que podem trazer informações equivocadas, gerando vários empecilhos para as mães amamentarem. 

Aqui vamos mostrar alguns mitos que são constantemente citados pelas pessoas e o que é verdadeiro e muito saudável para ser seguido para ser seguidos pelas mães durante esse momento único da vida e que são recomendadas para garantir a saúde das crianças e das mulheres. 

Confira as respostas e ajude-nos a divulgar informações oficiais sobre amamentação para que mais e mais famílias consigam garantir a saúde de crianças e das mulheres durante o período inicial de vida do bebê. 

Veja também: Amamentação. Tudo o que você precisa saber.

Saiba o que é mito e verdade na amamentação 

  1. O leite materno pode ser fraco para nutrir sozinho o bebê.

Toda mãe produz a quantidade de leite necessária para alimentar o seu bebê.

É Mito. Não existe leite materno fraco. Toda mulher produz leite materno com composição semelhante para amamentar, sendo esse leite o alimento ideal e exclusivo até o 6º mês de vida e recomendado até os dois anos de idade da criança ou mais dependendo exclusivamente da mãe. 

2. Preciso dar sempre os dois peitos a cada mamada? 

Mito. As mamadas não precisam ter um tempo fixado e o esvaziamento da mama por um período temporário, pode variar conforme a fome do bebê, o intervalo entre uma mamada e outra e do volume de leite armazenado na mama, entre outros fatores. O recomendado é que a mãe dê tempo suficiente para o bebê esvaziar adequadamente seu seio. 

Se durante a amamentação uma mama deixar de liberar leite por completo e a criança ainda deseje mamar, aí sim a mãe deve oferecer a outra mama. Na próxima amamentação, recomenda-se que a mãe dê o seio que não foi oferecido na mamada anterior ou ofereça o que o bebê mamou por último, caso tenha sido dada as duas mamas. 

3. Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite? 

Verdade. Se a mãe está passando por alguma situação de estresse ou muita tensão, tende a produzir uma quantidade anormal de adrenalina, que bloqueia a oxitocina, que são hormônios que influenciam na amamentação. Por isso, nessas condições a produzir leite pode ser em quantidade insuficiente. Nesse caso, vale a pena consultar o pediatra sobre a possibilidade de usar complementação na alimentação do bebê. 

4. Quem tem seios muito pequenos não produz leite na quantidade suficiente para o bebê? 

Mito. O tamanho da mama não tem nenhuma relação com a produção do leite. Tanto as mamas grandes quanto as pequenas possuem capacidade de produzir o mesmo volume de leite em uma dia para alimentar uma criança. 

5. Amamentar dói.

A amamentação não dói e caso isso aconteça, é importante investigar se o bebê está mamando de maneira correta. 

Nem mito, nem verdade. A dor nos seios varia conforme a sensibilidade da mãe, mas grande parte delas costuma não sentir nada. Nos primeiros dias, é comum a mama ficar inchada, o que deixa a região um pouco mais dolorida. Fora esse período, normalmente a mulher não sente dor. 

Caso a mãe sinta incômodo nos seios, é importante procurar orientação profissional pois o bebê pode não estar mamando de maneira correta, o que deve ser corrigido para acabar com a dor. 

6. Os mamilos devem ser higienizados a cada vez que o bebê for mamar.

Mito. Não é preciso higienizar as mamas sempre que for amamentar, no entanto é importante que a mãe mantenha hábitos de higiene adequados como banho diário, lavando a mama com água e sabonete neutro e esteja sempre com o sutiã limpo e seco. 

Não é recomendado usar absorventes de seios e nem conchas protetoras, pois podem deixar as mamas úmidas, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias.

7.  Amamentar acelera a perda de peso da mãe.

Verdade. Quando a mulher amamenta de maneira exclusiva nos primeiros meses e mantém uma dieta nutritiva e balanceada, ela volta mais rapidamente ao seu peso normal, já que o corpo gasta cerca de 700 calorias todos os dias somente para produzir o leite para o bebê.

Amamentar também permite que a mãe tenha menos risco de hemorragia pós-parto e sofre menos com cólicas, já que, durante a amamentação, o útero contrai e vai voltando ao normal. 

8. Quem fez redução mamária ou colocou silicone não poderá amamentar? 

Mito. Implante de silicone ou mamoplastia não comprometem a produção de leite e nem costumam interferir na amamentação. Mesmo assim é bom conversar com o cirurgião plástico, antes da cirurgia, caso ainda não tenha filhos ou pretenda ter outros. Assim, ele pode escolher a técnica para colocar os implantes que afete menos a amamentação. 

Também é bom alertar o pedia­tra sobre a cirurgia, o que o ajuda a ter cuidado redobrado no acompanhamento do peso do bebê. 

9. Se a mãe tiver dificuldades de amamentar seu filho, o ideal é que o bebê mame no seio de outra mulher.  

Recorrer a um banco de leite é o mais recomendados para mães que não conseguem amamentar.

Mito. Se a mulher tem dificuldades de amamentar, a primeira opção é buscar apoio junto a um profissional de saúde. Outro meio é buscar ajuda no Hospital que teve seu bebê, em um Banco de leite humano. Não é recomendada que seja feita a amamentação cruzada, quando o bebê mama em outra mãe. Caso essa mãe tenha alguma doença infecto–contagiosa, como a Aids, o bebê pode se contaminar.  

É importante que uma mãe não amamente outra criança que não seja o seu filho. Mesmo se esta mulher estiver com os exames normais ou se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma janela imunológica para uma doença, e esse bebê correrá o risco de contrair alguma doença.

10. O leite do banco de leite pode não ser seguro.

Mito. O leite dos bancos de leite são tratados e pasteurizados e não oferecem risco de transmissão de doenças. Essa é a principal diferença entre o leite do Banco de leite humano para o leite doado diretamente por uma outra mãe.  

11. O leite congelado, mesmo que retirado das mamas, perde os nutrientes.

Mito. O leite pode ser congelado por até quinze dias e desde que seja armazenado e manipulado adequadamente, não perde suas características e qualidade nutricional. 

12. O bebê pode ficar mal acostumado se não tiver horários para mamar. 

Mito. Não há horários específicos para amamentar o bebê principalmente nos primeiros dias de vida. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação sob livre demanda, ou seja, o bebê deve mamar sempre que desejar. 

13. Quando o bebê começa a comer,  o leite materno pode prejudicar a absorção de ferro.

Mito. Quase 70% do ferro do leite materno é absorvido pelo bebê. O leite materno possui bactérias benéficas para o fortalecimento da imunidade, assim como em outros fatores de proteção que otimizam toda a capacidade de absorção de ferro e outros nutrientes.Outros alimentos, mesmo tendo bastante ferro, nem sempre são bem absorvidos pelas crianças durante a fase de amamentação. 

14.  Pegar sol nos seios ajuda na produção de leite. 

Verdade. Os raios solares  ajudam a aumentar a produção de vitamina D no corpo, o que ajuda a fortalecer a pele do seio e ajuda a evitar e a cicatrizar possíveis rachaduras nos mamilos. O ideal é começar a tomar sol durante a gestação e manter esse hábito durante o período de amamentação. Um período de dez minutos, duas vezes ao dia, já é o suficiente sendo o sol antes das 10 horas ou depois das 16 h. 

15.  A mãe precisa mudar o seu cardápio enquanto está amamentando. 

Uma dieta saudável é importante para nutrir a mãe e produzir mais leite materno.

Mito. A única recomendação é que a mãe siga uma dieta saudável e variada, rico em verduras, legumes, frutas, cereais integrais e carnes magras, evitando produtos industrializados, gorduras, açúcares, sódio e condimentos. Um outro cuidado é com leite e derivados e chocolate. O ideal é não abusar desses alimentos, já que eles podem gerar cólicas no bebê. 

17. O tipo de parto interfere na amamentação.

Mito. Tanto as mulheres que fizeram cesariana quanto as que tiveram parto normal po­dem amamentar do mesmo jeito e a anes­­tesia também não influencia no proces­so de produção de leite. Caso as mães estejam sentindo muita dor ou com problemas de cicatrização, por exemplo, leite pode demorar mais para descer aos seios. Mas, na maioria dos casos, entre o terceiro e quarto dia após o parto, a mãe já tem leite suficiente para amamentar o bebê normalmente. 

18. Amamentar faz aumenta os seios, mas os deixa caídos e flácidos depois. 

Nem mito, nem verdade. Essa condição varia conforme o corpo da mulher, os seios podem ficar flácidos não pela amamentação, mas pelo próprio processo de mudança do corpo que acontece durante a gravidez, pois a mulher ganha peso durante a gestação e, quando volta ao peso normal, é comum a pele apresentar flacidez. 

E nem sempre os seios vão ficar maiores do que antes da gestação. Algumas mulheres podem ganhar números na medida do sutiã depois de amamentar, mas também é comum o inverso e os seios ficarem menores do que antes.

19.  Alimentos como canjica e cerveja preta aumentam a produção de leite.

Mito. Não há relação entre a ingestão de alimentos e o aumento ou diminuição da produção de leite. O que comprovadamente faz aumentar a quantidade de leite é a sucção regular da criança, portanto quanto mais ela mamar, mais leite a mãe vai produzir. 

Alguns alimentos ajudam apenas na nutrição da mãe e como o estado psicológico da mulher também influencia, vale a pena ficar calma e procurar amamentar em um ambiente arejado e tranquilo.

  1. Amamentação deve ser exclusiva até os seis meses.

Verdade. O ideal é que a criança se alimente de leite materno exclusivamente até os seis meses e passe a tomar leite na maneira de forma esporádica até os dois anos. Após os seis meses a mãe deve intercalar a oferta de alimentos pastosos, sólidos e outros líquidos recomendados pelo pediatra, e deixar o leite materno para períodos específicos, como só pela manhã ou antes de dormir. 

Conclusão

A amamentação aumenta o vínculo entre a mãe e o bebê.

O leite materno contém todos os nutrientes que o bebê precisa consumir até o sexto mês de vida para ajudar a desenvolver o seu sistema imunológico, para protegê-lo de alergias e infecções nos primeiros meses. Além disso, o ato de sugar trabalha toda a musculatura facial, o que facilita o desenvolvimento correto da arcada dentária.

Amamentar não é uma tarefa fácil, é cansativo e exige muita paciência, principalmente no início, quando a mãe ainda se recupera do parto e ela e a criança estão em adaptação ao processo. Uma dica para tornar esse momento mais fácil é realizar de um curso para gestantes, ainda durante a gravidez, para tirar dúvidas e aprender detalhes que ajudam na rotina com o bebê.

A mulher que já amamentou sabe que esse é um momento onde há uma troca de carinho grande entre mãe e bebê e fortalece os laços entre os dois. Alguns espe­cialistas afirmam que, mesmo mulheres que passaram por gestações difíceis, as que tiveram uma gravidez não-planejada tendem a se apegar ao bebê quando começam a amamentar.

Se você leu o artigo e quer tirar mais dúvidas sobre amamentação, consulte um médico. Na Cia. da Consulta você pode agendar de forma rápida e prática para cuidar da sua gestação e pós-gestação com todo o conforto, rapidez e bem-estar. Repense a sua saúde!

Compartilhe esse artigo e ajude as pessoas a saberem mais sobre os mitos da amamentação. Veja também mais textos com dicas de saúde e cuidados para melhorar a sua qualidade de vida, leia aqui:

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Por: Cia da Consulta

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