Sentir o coração disparar antes de uma prova, uma competição ou um encontro romântico é natural, assim como durante um exercício físico intenso ou diante de uma resposta a um estímulo, como a taquicardia depois de levar um susto.
Porém, há vezes em que é possível perceber o coração acelerar mesmo sem um motivo aparente.Mesmo sem saber o motivo, a aceleração no ritmo cardíaco é sempre chamada de taquicardia.
Mas calma! Nem sempre a taquicardia causa sintomas ou complicações, no entanto, se não controlada, o quadro pode vir a piorar. Por isso, ao sentir que seu ritmo cardíaco está diferente, não deixe de procurar um médico, ainda mais em um momento como o da pandemia.
Afinal, taquicardia é sintoma de Covid-19?
Os sintomas clínicos da Covid-19 incluem, principalmente, problemas respiratórios, como tosse seca e dificuldade para respirar. Sintomas como fadiga e náusea também podem aparecer nos infectados pela doença. Sendo assim, é possível afirmar que taquicardia não é um sintoma comum do novo coronavírus.
Pacientes de Covid-19 devem estar alertas para a chance do quadro clínico piorar tardiamente. Nesses casos, a taquicardia pode sim aparecer, além de outros sintomas, como febre elevada, dor no peito e falta de ar.
O que é taquicardia?
Por definição, a taquicardia representa um aumento da frequência cardíaca, atingindo mais de 100 batidas por minuto. Essa elevação do ritmo cardíaco pode fazer com que o coração não consiga bombear o sangue rico em oxigênio para o restante do corpo de maneira eficiente.
Porém, nem sempre a taquicardia é motivo para ligar o sinal de alerta. Muitas vezes, ela pode caracterizar uma resposta natural do organismo, como quando ele reage à prática de atividade física intensa. Nesses casos, o ritmo volta à normalidade após o fim do estímulo que estava elevando os batimentos cardíacos.
Quando a taquicardia está associada a outras complicações, como doenças cardiovasculares e deficiências na glândula tireoide, é preciso ficar atento.Em alguns, o aumento da frequência cardíaca pode ser momentâneo, causando até mesmo falta de ar. Porém, quando a taquicardia é frequente ou acompanhada de sintomas como febre e desmaios, é necessário redobrar a atenção.
Ao sentir o coração bater em um ritmo mais acelerado do que o normal sem ter feito alguma atividade ou respondido a algum estímulo, como susto, que justifique tal aumento na frequência cardíaca, procure um médico para avaliar o seu quadro.
Tipos de taquicardia
Os tipos de taquicardia variam conforme o local do coração que é afetado pelo problema. Basicamente, existem três tipos da condição, sendo eles:
- Taquicardia supraventricular: esse tipo de taquicardia ocorre quando os sinais elétricos nas câmaras superiores do coração falham, acelerando os batimentos cardíacos do indivíduo.
- Taquicardia ventricular: diferentemente da taquicardia supraventricular, a ventricular é caracterizada por uma falha nos sinais elétrico nas câmaras inferiores do coração, o que provoca o aumento da frequência cardíaca.
- Taquicardia sinusal: esse tipo de taquicardia ocorre quando o marcapasso natural do coração envia sinais elétricos de maneira mais rápida do que o habitual. Nesse caso, apesar do aumento da frequência cardíaca, o coração bate da forma considerada normal.
Embora cada tipo se localize em lugares diferentes do coração, os três tipos de taquicardia apresentam sintomas semelhantes.
Contudo, é sempre importante destacar a necessidade de realizar exames para diagnosticar em qual forma de taquicardia o seu quadro se encontra, pois o tratamento muitas vezes depende de que região do coração foi afetada.
O que pode causar taquicardia?
As causas da taquicardia podem ser diversas, mas há algumas que ocorrem com mais frequência, como:
- Resposta a estímulos, como medo e ansiedade;
- Prática de atividades físicas intensas ou de alto impacto;
- Condições relacionadas ao coração, como hipertensão, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e cardiomiopatia;
- Outras condições médicas, como hipertireoidismo, doenças pulmonares e desequilíbrio eletrolítico;
- Estresse;
- Abuso de bebidas alcoólicas e cafeína;
- Tabagismo;
- Medicamentos, como antidepressivos tricíclicos e alguns corticoides.
Embora haja diversas razões para a frequência cardíaca passar de 100 batimentos por minuto, existem situações que não são tão fáceis de se identificar a causa da taquicardia. Mas mesmo sem identificar o porquê de estar com essa condição, não hesite em procurar um médico.
Fatores de risco
Algumas condições clínicas podem aumentar as chances do paciente desenvolver taquicardia. Por isso, é preciso estar atento e manter a saúde em dia, sempre fazendo exames de rotina para ver se tudo vai bem. Afinal, muitas patologias são silenciosas, fazendo com que as pessoas nem saibam que as possuem.
Nos casos patológicos, o número de batimentos cardíacos pode chegar a 200 por minuto. Em condições como essas, ainda que se saiba exatamente como controlar a taquicardia, o atendimento médico se torna essencial para que a pessoa receba o tratamento adequado e tenha a função normal do coração restabelecida, evitando o agravamento do quadro.
Confira fatores que são considerados de risco para quem está com taquicardia:
- Doença arterial coronariana;
- Insuficiência cardíaca;
- Ataque cardíaco;
- Problemas cardíacos congênitos (condição com a qual se nasce);
- Doenças inflamatórias ou degenerativas do coração;
- Doença pulmonar crônica.
Ao sentir a taquicardia deve-se prestar atenção em alguns sintomas que podem indicar a complicação:
- Batimentos cardíacos acelerados por mais de 30 minutos;
- Dor no peito transferida para o braço esquerdo;
- Presença de dor de cabeça e/ou falta de ar intensa junto da taquicardia;
- Ocorrência de desmaio e/ou febre;
- Aumento da frequência cardíaca mais de duas vezes por semana.
Se identificar qualquer um desses sintomas, procure um cardiologista. E caso os apresente simultaneamente, não hesite em procurar ajuda médica.
Como identificar taquicardia?
Para identificar se você está com taquicardia, é necessário prestar atenção nos batimentos do seu coração, afinal, é o aumento da frequência cardíaca que caracteriza o quadro. Quando seu coração dispara sem um motivo justificável, como resposta a um estímulo ou à prática de atividade física intensa, a taquicardia se torna uma preocupação.
Caso seu coração fique acelerado de forma súbita, fique atento. Além disso, a taquicardia pode se tornar mais preocupante quando acompanhada de dor no peito ou falta de ar.
A atenção também deve ser redobrada quando seu coração dispara em uma hora de relaxamento, ou seja, quando não houve uma reação a estímulos como susto, medo e nervosismo antes de eventos.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da taquicardia incluem:
- Aumento da frequência cardíaca (mais de 100 batimentos por minuto);
- Tontura, vertigem e/ou desmaio;
- Falta de ar;
- Dor no peito;
- Palpitações cardíacas no peito.
Em casos mais extremos, o paciente pode perder a consciência ou sofrer uma parada cardíaca.
Exames relacionados à taquicardia
Na presença dos sintomas listados acima, é recomendado realizar alguns exames para que o médico avalie a situação com mais clareza e, assim, dar o diagnóstico correto.
Confira três métodos utilizados para diagnosticar o quadro:
1. Eletrocardiograma (ECG)
Este exame registra a atividade elétrica do coração em repouso, auxiliando o médico a analisar a saúde do órgão. O eletrocardiograma é considerado um exame simples, mas muito utilizado para a avaliação do ritmo dos batimentos cardíacos, servindo para verificar arritmias e taquicardias.
É considerado um exame inicial, já que aponta possíveis suspeitas.
2. Teste ergométrico
Também conhecido como teste de esforço, nesse exame o médico monitora a atividade cardíaca enquanto você caminha em uma esteira. A intensidade do exercício aumenta de forma gradual.
Esse método é utilizado para avaliar possíveis alterações cardíacas que só ocorrem quando a pessoa realiza uma atividade física e não poderiam ser percebidas caso a pessoa estivesse em repouso. A partir do teste ergométrico, o médico cardiologista pode estimar o risco de infarto do paciente, por exemplo.
3. Ressonância magnética do coração
A ressonância cardíaca é um dos exames mais completo de avaliação cardíaca. O método consiste em um diagnóstico por imagem que mede os campos magnéticos do músculo cardíaco para mostrar de forma clara e precisa a região sob diferentes ângulos. Com o procedimento, o médico pode avaliar a atividade cardíaca e o fluxo sanguíneo da área detalhadamente.
4. Ecocardiograma
O ecocardiograma é um exame feito com o uso de ultrassom e é bastante utilizado por dar ao médico diversas informações sobre a saúde do coração do paciente, tais como: contratilidade, enchimento de câmaras, existência de malformações, entre outros.
Esse exame é relativamente simples e não precisa de preparos anteriores por parte do paciente. Além disso, ele pode, ainda, servir para a identificação de diversas enfermidades do coração em diferentes estágios.
Taquicardia tem cura?
Na maioria dos casos, a taquicardia tem cura. Até mesmo nos casos crônicos é possível obter sucesso no tratamento. Contudo, cuidados como controlar os níveis de pressão arterial e de colesterol, praticar exercícios físicos de forma regular e procurar um médico sempre que notar algo estranho são fundamentais.
Tratamentos para taquicardia
Como dissemos, antes de iniciar qualquer tipo de tratamento é necessário consultar um médico para obter uma avaliação precisa e um diagnóstico correto. Depois disso, você pode seguir as orientações do profissional.
Caso o aumento da frequência cardíaca seja decorrente de uma causa momentânea, é recomendado a tentativa de controle da respiração para se acalmar. Além disso, a ingestão de chás relaxantes, como o de camomila, e lavar o rosto com água fria podem ajudar a restabelecer o ritmo saudável das batidas do coração.
Nos casos clínicos, após consultar um cardiologista, alguns tratamentos podem ser indicados pelo profissional de acordo com cada tipo de taquicardia, confira:
Taquicardia supraventricular
Para tratar a taquicardia supraventricular, o médico pode recomendar:
- Redução da ingestão de cafeína e/ou bebidas alcoólicas;
- Mais horas de sono durante à noite;
- Restrição do hábito de fumar;
- Medicamentos.
Taquicardia ventricular
Os tratamentos para taquicardia ventricular podem incluir:
- Medicamentos para redefinir os sinais elétricos;
- Desfibrilador para interromper os batimentos cardíacos acelerados.
É importante ressaltar que cada paciente deve ser tratado de acordo com suas especificidades. Dessa forma, podem existir diversos outros tratamentos que serão mais indicados do que os que se encontram aqui.
Taquicardia sinusal
Nesses casos, geralmente a taquicardia é provocada por uma causa base, ou seja, é necessário tratar o fator que a desencadeou. Para isso, geralmente o médico recomenda mudanças no estilo de vida do paciente, indicando que ele crie hábitos a fim de aliviar o estresse e outros problemas emocionais, como praticar atividade física, fazer meditação e ouvir música.
Conclusão
Os tratamentos listados acima dão apenas um panorama sobre o que normalmente é feito para controlar esses tipos de taquicardia. Tendo isso em vista, é indispensável a orientação de um médico cardiologista, afinal, apenas um especialista poderá avaliar seu quadro de maneira individualizada e, assim, indicar o melhor tratamento para você.
Referências:
Taquicardia entre indivíduos em recuperação de síndrome respiratória aguda grave (SARS)
Covid-19 Reference Document for Symptoms
Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo – Centro de Vigilância Epidemiológica
OMS – Organização Mundial da Saúde
Ministério da Saúde
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