Pressão alta é assunto sério.

Tecnicamente chamada de hipertensão, a condição é determinada por elevados níveis de pressão sanguínea nas artérias.

A consequência disso não é nada boa: faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para que o sangue seja distribuído corretamente por todo o corpo.

O que muita gente não sabe é que a hipertensão arterial provoca o maior impacto laboral no mundo, devido à perda de produtividade no trabalho e, por isso, de renda familiar.

Se você tem pressão alta, o que fazer?

Neste artigo, vamos falar mais sobre as suas causas, o que caracteriza a pressão alta e baixa, quais os sintomas mais comuns, como diagnosticar e as formas de tratamento para pressão alta.

Produzimos um guia completo para que você descubra tudo sobre essa doença que atinge um a cada três brasileiros adultos.

Que tal usar a informação para se prevenir?

Boa leitura!

O que é a Hipertensão (pressão alta)?

A hipertensão, conhecida como pressão alta, se caracteriza por níveis elevados e sustentados da pressão arterial.

Neste caso, podemos dizer que uma pessoa é hipertensa quando os valores medidos com frequência são maiores ou iguais a 140/90 mmHg (14 por 9).

A pressão arterial considerada ótima é 120 por 80 (12 por 8).

Entre 12 por 8 e 14 por 9, o indivíduo já é considerado pré hipertenso e, em 80% dos casos, em até um ano, ele vai estar hipertenso de fato.

Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente, 36 milhões de brasileiros sofrem de hipertensão arterial.

Mas sabe o que é pior? Desse total, somente 50% (18 milhões) sabem que são hipertensos e apenas metade deles tratam a doença.

Ou seja, apenas 9 milhões de pessoas procuram ajuda médica.

O restante só vai descobrir o problema quando ele se agravar, provocando consequências mais sérias – inclusive, podendo levar a morte.

Sobre a prevalência da hipertensão arterial, de acordo com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), de 2017, é possível dizer que a pressão alta tende a aumentar com a idade, chegando a 60,9% entre os adultos com 65 anos ou mais, no ano passado.

O estudo ainda revelou que as mulheres continuam com maior prevalência de diagnóstico médico de hipertensão quando comparado aos homens, tendo registrado 26,4% contra 21,7% para eles.

Mas isso não significa que só elas e pessoas mais velhas devem se preocupar com o problema.

Quando o assunto é pressão alta, a melhor abordagem é preventiva.

Por isso, no próximo tópico, fique de olho nos sinais que ela envia.

Sintomas da Hipertensão (pressão alta)

Há um aspecto sobre a pressão alta que contribui para a baixa procura por tratamento.

Na maioria dos casos, a hipertensão arterial não causa sintomas. É, portanto, uma doença que costuma se manifestar de forma silenciosa.

Mas e a dor de cabeça, episódios de sangramento no nariz, cansaço excessivo, tontura e rubor facial? Não são sintomas de pressão alta?

Na verdade, por coincidência, o paciente pode vir a apresentar uma série de sinais do tipo, mas eles são, muitas vezes, associados de maneira equivocada com a doença.

Por outro lado, se você usá-los como um alerta para medir a pressão arterial, ótimo!

Em casos de hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada, o paciente pode mesmo apresentar dores de cabeça, assim como falta de ar ou dispneia, vômito, visão borrada e agitação em decorrência de lesões que afetam o cérebro, o coração, os olhos e os rins.

O problema é que, se esperar por esse tipo de manifestação, o quadro já terá evoluído, dificultando qualquer forma de tratamento.

O melhor a fazer, então, é consultar com um médico regularmente para realizar o diagnóstico precoce.

Diagnóstico e exames

Só é possível realizar o diagnóstico de hipertensão ao medir a pressão – e é aí que muita gente se equivoca, negligenciando uma atitude tão simples.

Indivíduos acima de 20 anos de idade devem fazer isso pelo menos uma vez por ano.

Já se há casos de pessoas com pressão alta na família, a recomendação é medir no mínimo duas vezes por ano.

Obviamente, se a condição já foi diagnosticada, esse deve ser um ato frequente, até mesmo para monitorar os parâmetros.

A maneira mais comum de medir a pressão é com o uso de aparelhos manuais ou automáticos.

Pode ser aquele que você tem em casa ou encontra na farmácia, embora no consultório médico o equipamento sempre está melhor calibrado.

Também a hipertensão pode ser diagnosticada através de aparelhos que fazem, aproximadamente, 100 medidas de pressão durante 24 horas.

Tipos de hipertensão que atrapalham o diagnóstico

Um aspecto muito importante, mas que nem todas as pessoas sabem, é que existem dois tipos de hipertensão que podem confundir o diagnóstico: hipertensão do jaleco branco e hipertensão mascarada.

A hipertensão do jaleco branco se dá quando a medida da pressão é feita por um profissional da saúde e acaba causando um certo grau de ansiedade no paciente, elevando os parâmetros de forma desproporcional ao valor diário.

Para conseguir diferenciar a hipertensão do avental jaleco branco da hipertensão arterial verdadeira, é preciso utilizar um método de medida da pressão arterial fora do consultório.

Pode ser a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial) ou a MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial).

Já a hipertensão mascarada é quando a média da pressão arterial determinada pela MAPA ou MRPA está elevada, mas, no consultório médico, ela se apresenta como normal.

Vamos entender melhor quais são esses outros métodos utilizados para a medida da pressão arterial fora do consultório:

  • MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial): o indivíduo fica com um aparelho que mede a pressão por 24 horas
  • MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial): o paciente realiza a medida com o aparelho que tem em casa.

O médico ainda pode pedir outros exames, principalmente se o paciente apresentar alguns sintomas que indiquem que a hipertensão já prejudicou algum órgão.

Causas da Pressão Alta (Hipertensão)

Antes de pensar em tratamento, é sempre fundamental conhecer a origem de um problema de saúde.

No caso da hipertensão arterial, geralmente, acontece quando há um tipo de endurecimento dos vasos sanguíneos ou até mesmo uma resistência para a passagem do sangue.

Isso faz com que o coração exerça um esforço maior do que o normal para bombear o sangue.

Esse pode ser um processo natural do corpo, porém, existem alguns fatores que aumentam o risco.

E é sobre isso que vamos falar a seguir.

Fatores de risco

Para se ter uma ideia melhor sobre a importância do histórico familiar, em 90% dos casos, estima-se que a hipertensão seja herdada dos pais – uma herança nada agradável, vamos combinar.

Mas a sua origem também pode estar em alguma doença relacionada, como os distúrbios da tireoide, glândula responsável por realizar vários processos fundamentais para o funcionamento do organismo.

Além desses fatores, existem outros que podem influenciar no aumento da pressão arterial.

Confira a lista:

  • Obesidade
  • Idade
  • Consumo excessivo de sal
  • Ingestão de bebidas alcoólicas
  • Sedentarismo.

Há ainda fatores de risco cardiovasculares adicionais aos pacientes com hipertensão.

Veja só alguns deles:

  • Diabetes
  • Histórico familiar de doença cardiovascular prematura (em homens com menos de 55 anos e mulheres com menos de 65 anos)
  • Tabagismo
  • Alterações dos níveis de colesterol total e frações de triglicérides.

Tratamentos para Pressão Alta (Hipertensão)

Apesar de a hipertensão arterial não ter cura (ela é uma condição crônica), pode ser controlada sem o uso de medicamentos.

A exceção ocorre quando seus índices estão em 18 por 11 ou acima disso, que é quando o paciente precisa de remédios para baixar a pressão alta.

Por isso, não há como tratar o quadro sem consultar um médico.

Somente o especialista pode determinar o melhor tratamento para cada paciente.

É provável que ele o informe sobre algumas recomendações da Sociedade Brasileira de Hipertensão, que incluem:

  • Medir sua pressão arterial regularmente
  • Manter uma alimentação saudável, evitando açúcares e doces, derivados de leite na forma integral, com gorduras, carnes vermelhas com gorduras aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados que vêm em latas ou vidros, alimentos processados e industrializados como embutidos, conservas, enlatados, defumados e charque
  • Dar preferência para os alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, também temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes, além de produtos lácteos desnatados
  • Praticar atividade física pelo menos cinco dias por semana, como caminhada, bicicleta, natação e aulas de dança
  • Diminuir a quantidade de sal na comida, usando no máximo uma colher de chá para toda a alimentação diária
  • Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas
  • Não fumar ou eliminar totalmente o hábito
  • Controlar o estresse, tentando enfrentar os problemas do dia a dia com sabedoria e tranquilidade
  • Seguir todas as orientações do médico
  • Comparecer às consultas regularmente e não abandonar o tratamento.

E se for preciso medicamentos? Vamos explicar agora quais são eles.

Tratamento medicamentoso para pressão alta

Além de seguir todas as recomendações acima, alguns pacientes hipertensos necessitam usar algum tipo de medicamento para manter a pressão arterial sob controle.

Podemos citar entre os remédios mais utilizados para a hipertensão os seguintes:

  • Betabloqueadores: eles agem no sistema nervoso simpático, cuja principal função é reagir ao estresse
  • Diuréticos: aumentam a eliminação de água e sódio do organismo, além de possuírem ação vasodilatadora, reduzindo a pressão sanguínea
  • Antagonistas dos Receptores da Angiotensina (ARA): bloqueiam a ação da angiotensina II, responsável pelo aumento da pressão arterial
  • Antagonistas de cálcio: eles bloqueiam a ação do canal de cálcio e acabam dilatando as artérias.
  • Inibidor da enzima conversora da angiotensina: eles impedem que a angiotensina I se converta em angiotensina II.

Como baixar a pressão? O que fazer em uma crise de pressão alta

A pressão alta, como já destacado, é uma condição silenciosa, mas não inofensiva.

Só que tudo se agrava a partir de uma crise de hipertensão, a qual pode acometer indivíduos em qualquer idade.

Ela se caracteriza pelo rápido aumento da pressão arterial, normalmente em 20 por 10 (200/100 mmHg).

Nesses casos, se não tratada urgentemente, tem grandes chances de levar a complicações mais graves.

É possível observar que, na maioria das vezes, a crise hipertensiva é resultado de um controle inadequado de hipertensão arterial já diagnosticada anteriormente.

Porém, isso não quer dizer que pessoas que nunca tiveram problemas de pressão não possam sofrer uma crise.

Como a hipertensão quase não apresenta sintomas, é preciso estar atento caso surja dor de cabeça ou na nuca, visão embaçada e tontura.

Ao menor sinal de uma crise hipertensiva, é necessário levar o paciente vá até o pronto atendimento para que sejam feitos alguns exames, incluindo a medição da pressão, é claro, mas também um eletrocardiograma.

É importante ressaltar que uma crise hipertensiva pode ser muito perigosa, caso o indivíduo não procure assistência médica, uma vez que ela pode atingir outros órgãos como o coração, o cérebro, os olhos e os rins.

Além disso, caso o paciente não faça o tratamento adequado, o risco de agravar o seu estado de saúde é ainda maior, podendo levar até mesmo à morte.

Como baixar a pressão sem remédios?

Sim, é possível baixar a pressão sem o uso de medicamentos, porém o paciente precisa mudar o seu estilo de vida.

Um fato interessante sobre isso é que, pensando em controlar a pressão alta foi criada, nos Estados Unidos, uma dieta conhecida como DASH (sigla em inglês para Abordagem Dietética para Parar a Hipertensão).

Basicamente, ela promove algumas mudanças na quantidade de alimentos ingeridos.

Veja os exemplos abaixo:

  • Diminuição do sódio para 1.500 a 2.300 mg ao dia para quem tem hipertensão e entre 2.000 e 3.000 mg para quem não possui a doença
  • Redução da quantidade de gorduras saturadas para entre 6% a 10% das calorias consumidas ao dia
  • Limitação do consumo de colesterol para 150 mg para quem é hipertenso e 300 mg para pessoas saudáveis.

Além de qualquer dieta, os exercícios físicos são ótimos aliados no combate da pressão alta.

Existem algumas atividades que colaboram para isso, como:

  • Musculação: aumenta os capilares sanguíneos
  • Caminhadas: ajudam a equilibrar o ritmo do coração
  • Ioga: reduz o estresse e, por isso, acaba atuando na hipertensão.

Pressão alta na gravidez

Muito cuidado com a pressão alta na gravidez.

Nessa fase, é possível dizer que a mulher está com hipertensão quando ela passa de 140/90 mmHg (14 por 9).

Em mulheres que nunca tiveram hipertensão, é possível sentir dor na barriga, inchaço no corpo, visão embaçada e dor na nuca.

Caso observe alguns desses sintomas é recomendado consultar o obstetra o mais rápido possível para começar o tratamento e evitar complicações.

São várias as causas de pressão alta na gravidez, que podem estar relacionadas com a má formação da placenta ou mesmo uma alimentação desequilibrada.

O grupo de risco para hipertensão durante a gestação se volta para a mulher grávida pela primeira vez e com mais de 35 anos, obesa e diabética.

A pressão alta na gravidez pode ser bastante perigosa, pois pode levar ao desenvolvimento de pré-eclâmpsia, complicação grave que pode provocar o aborto, quando não tratada adequadamente.

Os principais cuidados para tratar a pressão alta na gravidez são:

  • Repouso
  • Ingestão de dois a três litros de água por dia
  • Alimentação equilibrada (com pouco sal e sem alimentos industrializados)
  • Prática de exercícios leves.

É possível ainda que a grávida precise de medicamentos para pressão alta ou, então, fique de repouso absoluto para evitar o desenvolvimento de eclâmpsia.

Tudo vai depender da avaliação médica e de suas recomendações à paciente.

Nos casos em que a pressão alta não baixar, mesmo com os remédios prescritos pelo especialista, o parto deve ser induzido para evitar o risco de morte do bebê e também da própria paciente.

Conclusão

Como você pôde constatar neste artigo, a hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma doença que deve ser acompanhada de perto pelo médico, mas também pelo paciente.

Na maioria dos casos, essa é uma doença silenciosa. Por isso, é preciso estar atento aos sinais e, em caso de histórico na família, procurar medir a pressão arterial com maior frequência.

É muito importante que o indivíduo faça o tratamento corretamente, para evitar que algo mais grave aconteça, como um um AVC (Acidente Vascular Cerebral), infarto agudo do miocárdio ou ainda uma doença renal crônica.

Isso inclui uma mudança no estilo de vida, com a adoção de hábitos saudáveis, principalmente com a diminuição da ingestão de sal e alimentos industrializados, além da prática de atividade física regularmente.

Lembre que não é porque a pressão arterial voltou ao normal que você deve interromper o tratamento.

Siga as orientações do seu médico e compareça às consultas regularmente.

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Por: Cia da Consulta

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