A infecção urinária não é uma condição que se possa ignorar.

Especialmente pelo incômodo que representa, fica difícil tentar conviver com ela e manter uma rotina normal.

Mas o quadro pode se agravar se não for tratado – e você não vai gostar de saber sobre as complicações possíveis, incluindo uma infecção generalizada.

Para evitar problemas maiores, é imprescindível conhecer mais sobre a infecção urinária, suas causas, sintomas e tratamento.

E, para isso, você está dando o primeiro passo ao conferir este artigo que oferece um guia completo sobre o assunto.

A partir de agora, você vai tirar todas as dúvidas e obter informações valiosas para prevenir e se manter distante desse problema.

Vamos trazer detalhes sobre a infecção urinária em homem, mulher, criança e gestante.

Além disso, explicar se a infecção urinária com sangue é um sintoma normal da condição ou se indica agravante.

Também vamos responder se é possível tratar infecção urinária com remédio caseiro e indicar quem é o médico especialista que pode ajudá-lo da melhor forma.

Pronto para fazer da informação a maior aliada da sua saúde?

Então, tenha uma ótima leitura!

O que é a Infecção Urinária?

A infecção urinária, tecnicamente conhecida como infecção do trato urinário (ITU), é uma condição marcada por um quadro infeccioso que atinge o sistema urinário.

Geralmente, costuma afetar a bexiga e a uretra, mas também pode se manifestar em rins e ureter.

A presença de micro-organismos na urina é o que caracteriza esse tipo de infecção, que acomete principalmente as mulheres.

Ela se manifesta por sintomas facilmente identificáveis, sobre os quais vamos falar mais à frente.

Embora normalmente não apresente complicações, isso pode ocorrer se o quadro não for tratado, assim como ao atingir grupos mais sensíveis à condição.

Veja alguns fatos importantes sobre a infecção urinária:

  • É a principal causa de morbidade (capaz de produzir doença) e que gera os maiores gastos com saúde em pessoas de todas as idades, superando 1 bilhão de dólares por ano
  • Todos os anos, motiva no mundo 8,3 milhões de visitas a consultórios médicos, com até 1 milhão de hospitalizações
  • Até os 24 anos, 1 em cada 3 mulheres tem ao menos um episódio de infecção urinária
  • Ao longo de toda a vida, ela acomete 50% das mulheres ao menos uma vez
  • 27% das mulheres com um episódio inicial apresentam infecção recorrente, sendo que, em 90% das vezes, isso decorre de uma nova infecção, separada por alguns meses da anterior
  • Acometida pela infecção urinária, uma mulher saudável tem, em média, a manifestação de sintomas por seis dias, sendo dois dias e meio de atividades restritas.

Esses dados constam em diversas contribuições da literatura médica sobre o assunto, como este artigo (em inglês) sobre epidemiologia das infecções do trato urinário, além de relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Possíveis complicações

Se não tratada ou a partir de uma abordagem incorreta, a infecção urinária pode evoluir para quadros mais graves.

Ainda que não seja uma regra, vale ter atenção redobrada e cuidar da sua saúde.

Veja possíveis complicações da condição:

  • Infecções recorrentes
  • Danos aos rins, inclusive permanentes, prejudicando o seu funcionamento
  • Sepse (infecção generalizada a partir da entrada de bactérias na corrente sanguínea)
  • Em gestantes, há o risco de dar a luz a bebês prematuros ou abaixo do peso normal.

Diferentes tipos de Infecção Urinária

Basicamente, há três diferentes tipos de infecção urinária, que variam conforme a evolução da condição.

Vamos a eles:

  • Cistite: é o tipo mais comum, que se manifesta na bexiga ou no trato urinário inferior
  • Uretrite: é uma forma de infecção urinária que atinge a uretra, canal que leva a urina da bexiga para fora do corpo
  • Pielonefrite: esse é um tipo de infecção urinária mais raro e também mais perigoso, que pode acometer um ou ambos os rins.

Essa última forma de manifestação da infecção urinária é aquela que oferece maiores riscos ao funcionamento dos rins, podendo evoluir para um quadro até mesmo fatal.

Sintomas: como identificar

Os sintomas da infecção urinária são bastante característicos e dificilmente confundidos com outra condição de saúde.

Ela pode se manifestar na forma de disúria, que é uma dificuldade, dor ou ardência ao urinar.

A dor na região da bexiga, fruto da maior sensibilidade abdominal, é outro de seus sinais característicos.

Mas o que para muita gente marca a infecção urinária é mesmo a frequência de idas ao banheiro para urinar e a urgência com que isso ocorre.

Ou seja, além de urinar várias vezes ao longo do dia, a pessoa acometida vivencia um quadro de urgência miccional, uma vontade súbita de ir ao banheiro o mais rápido possível.

Também pode ser identificada urina avermelhada, o que é indicativo da presença de sangue. Ela pode apresentar ainda cheiro forte e coloração escura.

Relatos de mal-estar e febre são mais raros, mas também podem estar associados.

O que causa Infecção Urinária?

Quando se fala nas causas da infecção urinária, a grande vilã é a bactéria Escherichia coli, presente na flora intestinal.

Assim como outras, ela se multiplica nas proximidades da uretra, invade o canal da urina e chega à bexiga.

Isso é mais comum em mulheres especialmente em razão da uretra ser mais curta.

Quando atinge a bexiga, a infecção urinária está em seu primeiro estágio.

Mais à frente, ao falarmos sobre os diferentes tipos da condição, vamos explicar como ela chega a outras partes do corpo.

Interessante observar ainda uma das principais causas da chamada infecção urinária nosocomial, que é aquela contraída em estabelecimento de saúde.

Esse é o tipo mais comum em idosos, geralmente associada à colocação de cateter para drenar a urina.

Em todo o mundo, mais de um milhão de casos são registrados por essa razão.

Segundo estimativas, até 16% de pacientes internados podem desenvolver a infecção urinária em algum momento.

E em até 80% dos casos, isso ocorre em associação ao uso do cateter.

Fatores e grupos de risco

É válido observar que existe uma série de fatores de risco associados à infecção urinária.

São condições favoráveis ao surgimento dela.

O mesmo ocorre com relação a grupos de risco, que são pessoas com predisposição ao desenvolvimento desse tipo de infecção.

Vamos conhecer quais são eles?

  • Pessoas do sexo feminino
  • Idosos
  • Lactantes
  • Gestantes
  • Pacientes com diabetes
  • Portadores de esclerose múltipla
  • Pacientes com lesões na medula
  • Pacientes com anormalidades urológicas
  • HIV/AIDS
  • Doenças não-cirúrgicas
  • Cálculos renais
  • Aumento da próstata
  • Maior duração do cateterismo
  • Uso de diafragmas e espermicidas.

Vale destacar ainda que, quando a infecção atinge mulheres na fase de pós-menopausa, sua ocorrência é atribuída a diabetes e outros problemas de saúde, além de prurido vaginal, secura vaginal e incontinência de urgência.

Prevenção da Infecção Urinária

Prevenir a infecção urinária começa por mudanças no estilo de vida.

A principal dica é beber muito líquido, em especial água.

Esse é um hábito que oferece duplo benefício: além de limpar o trato urinário, leva a pessoa a ir ao banheiro com mais frequência, o que é importante para evitar a infecção.

Lembrando que segurar a vontade de urinar só ajuda na proliferação de bactérias.

Você também pode contribuir com a prevenção ao urinar após a relação sexual e ao evitar banhos de imersão, como em banheiras.

Vale ressaltar ainda que a falta de higiene é outro fator que contribui para o surgimento da infecção.

Então, capriche na limpeza após urinar, evitando o acúmulo de bactérias e o seu ingresso no trato urinário.

O que fazer se eu for diagnosticado?

Na maior parte dos casos, o relato dos sintomas ao médico é suficiente para que a infecção urinária seja diagnosticada.

No entanto, o especialista pode solicitar exames complementares para confirmar a detecção.

O mais comum deles é o exame de urina, que em poucas horas aponta a presença ou não de traços de sangue, os quais indicam a infecção.

Já a cultura de urina é importante para identificar qual a bactéria causadora da infecção urinária, uma informação que contribui bastante para determinar o melhor tratamento para cada caso.

Exames de imagem podem ser utilizados para buscar alguma anormalidade no trato urinário, caso o médico julgue necessário.

Por fim, a causa da infecção pode se apontada por uma cistoscopia, que analisa internamente a bexiga e a uretra.

Havendo o diagnóstico da infecção urinária, é importante seguir à risca as recomendações médicas.

É provável que ele receite medicamentos, que devem ser administrados nos horários recomendados e durante o prazo determinado.

A seguir, vamos falar sobre o tratamento e apontar o que você pode fazer para diminuir o desconforto causado pela infecção urinária.

Tratamentos para Infecção Urinária

Como acabamos de destacar, o tratamento da infecção urinária é realizado a base de medicamentos.

O médico irá receitar antibióticos, que têm um prazo adequado de administração, para que produzam o efeito desejado.

O tipo de remédio, sua dosagem e a duração do tratamento são decisões estritamente médicas.

Ainda que você já tenha passado por um episódio anterior de infecção urinária, não se automedique, pois a causa do problema pode ser outra, o que exige uma abordagem diferente.

Se você quer contribuir para ter resultados mais rápidos, beba muita água.

Isso fará você urinar mais vezes, o que gera algum incômodo no início, mas é importante para eliminar as bactérias do seu corpo.

Por outro lado, se concentre na água, evitando bebidas alcoólicas e café, pois elas podem causar alguma irritação na bexiga.

Você também pode aliviar a dor local fazendo uso de compressas de água morna na região do abdômen.

Converse com o médico sobre essas e outras medidas capazes de tornar a sua recuperação mais agradável.

Medicamentos para Infecção Urinária

Os antibióticos são o principal medicamento para infecção urinária, pois atuam de modo a eliminar as bactérias existentes ou interromper o seu desenvolvimento.

Entre os mais comuns receitados por um clínico geral ou ginecologista, estão: ciprofloxacino, fosfomicina, cefalexina, amoxicilina e azitromicina.

Sempre lembrando que você não deve ir até uma farmácia sem uma receita, tampouco solicitar qualquer um desses remédios a amigos ou familiares.

Também pode ser usada a penicilina, antibióticos recomendado para tratar infecções causadas por bactérias sensíveis.

Já o uso de analgésico objetiva anestesiar a bexiga e a uretra, reduzindo a dor e a ardência ao urinar.

O médico pode optar tanto por analgésicos comuns, como paracetamol ou ibuprofeno, assim como a fenazopiridina, que costuma ser o medicamento de escolha nesses casos, especialmente se os sintomas forem mais intensos.

Remédio Caseiro para Infecção Urinária é recomendado?

Seguindo a linha do que acabamos de comentar sobre os medicamentos, a ingestão de remédios caseiros contra infecção urinária também deve ser evitada.

Por mais valiosa que seja a crença popular e suas tradições, é preciso ter bastante cuidado, sobretudo com a ingestão de chás.

O que acontece nesses casos é que, ainda que eles aliviem os sintomas, pode haver contraindicações que vão dar origem a outro tipo de desconforto relacionado à saúde.

O melhor a fazer nesses casos é conversar com seu médico sobre isso.

Se houver alguma medida natural que você possa adotar para reduzir a dor, assim como ajudar na eliminação da bactéria, ele certamente saberá indicar.

Veja como exemplo a água.

Esse é o melhor remédio caseiro que existe não apenas para tratar, como para prevenir quadros infecciosos no trato urinário.

E para a água, não há contraindicação alguma, certo?

Beber dois litros por dia costuma ser uma receita de sucesso para uma vida saudável.

Ainda falando em abordagens naturais da infecção urinária, o consumo da fruta cranberry, ou do seu suco, geralmente é associado à melhora dos sintomas.

Também alimentos probióticos e ricos em vitamina C podem ajudar.

Mas cabe repetir: para sua maior segurança, converse com o médico a respeito.

Infecção Urinária na Gravidez

A incidência de infecção urinária na gravidez chega a 20%, sendo a principal complicação de saúde durante essa fase.

Isso ocorre em razão da maior circulação sanguínea na região, o que aumenta a umidade na área da vagina e facilita a transição das bactérias a partir do ânus.

É também durante a gestação que cresce o risco de evolução do quadro para pielonefrite, quando a infecção chega aos rins.

Lembrando que isso eleva em até 50% a chance de um parto prematuro.

Há também o risco de infecção neonatal, o que pode levar à indicação de cesárea.

Infecção Urinária em Crianças

Em crianças, a prevalência da infecção é um pouco menor, chegando a até 5%, em média.

Pais devem ficar atentos aos sinais que incluem falta de apetite, muita dificuldade ao urinar, mal-estar geral e idas frequentes ao banheiro.

Nos bebês, pode haver irritabilidade e até alterações no sono.

Em crianças pequenas, o hábito de segurar o xixi por mais tempo contribui para a infecção.

7 principais dúvidas sobre a Infecção Urinária

Antes de concluirmos este artigo, reunimos as principais dúvidas comuns a respeito da infecção urinária, para que você tenha uma informação ainda mais completa sobre o assunto.

Confira!

1. Infecção urinária também atinge homens?

Sim, homens também podem ser acometidos pela infecção urinária.

É fato que esse é um quadro mais raro do que em mulheres, mas eles não estão livres da condição.

Nesse caso, a infecção se manifesta com maior frequência a partir dos 50 anos de idade, muito em razão de um aumento na próstata, chamado de hiperplasia benigna da próstata, o que dificulta a passagem da urina.

Dessa forma, a bexiga não é esvaziada por completa, criando um cenário propício para a proliferação de bactérias.

2. Infecção urinária é transmissível?

Não, não é. A bactéria “pertence” ao corpo da pessoa acometida pela infecção e não há qualquer forma de contágio.

O que pode ocorrer é uma predisposição congênita, ou seja, há estudos que sugerem que filhas de mães com episódios frequentes da infecção urinária também podem ser acometidas por ela com maior frequência.

3. Sexo causa infecção urinária?

O ato sexual pode introduzir micro-organismos na parte final da uretra, os quais depois chegam à bexiga.

Pode-se afirmar, portanto, que esse é um fator de risco para a infecção urinária, mas que não que seja causa dela e, muito menos, que favoreça a sua transmissão.

4. Ingerir cápsulas de cranberry ajuda na prevenção e tratamento?

O consumo da fruta in natura é associado a uma maior proteção contra a infecção urinária.

Ainda que não haja relatos de contraindicações, faltam subsídios para atestar a sua eficácia contra a condição.

Resumindo: mal não faz comer a fruta, obviamente que sem excessos.

Já a ingestão de cápsulas de cranberry exige um pouco mais de atenção, pois estamos falando de uma medida artificial contra a condição.

Nesse caso, faltam estudos que comprovem resultados no longo prazo.

Mais uma vez, vale a dica: converse com o seu médico.

5. Ardência ao urinar sempre indica infecção?

Na maioria dos casos, não.

Mas é muito importante relatar o sintoma ao médico, pois a chance maior é de haver algum problema de ordem ginecológica, como alguma irritação local.

6. Não tirar o biquíni molhado aumenta a chance de infecção?

A roupa de banho ainda molhada deixa a região genital úmida e essa condição favorece a proliferação de bactérias.

Portanto, é importante colocar roupas secas tão logo seja possível.

7. O uso de roupas apertadas contribui com a infecção?

Da mesma forma que ocorre com o biquíni molhado, o hábito de usar com frequência roupas mais apertadas cria um ambiente propício para as bactérias.

Nesse caso, estamos falando da falta de ventilação local.

Conclusão

Você conferiu neste artigo um guia completo sobre a infecção urinária, seus sintomas, causas, dicas de prevenção e tratamento.

Agora, tem informações valiosas para se manter distante dessa incômoda condição.

Lembre-se de buscar auxílio médico tão logo surjam os primeiros sinais, como a dor ao urinar.

Evite qualquer tipo de solução caseira no seu enfrentamento, pois essa é uma condição que em geral é tratada com antibióticos.

Você pode consultar com um clínico geral, mas a mulher se favorece ao procurar o ginecologista de sua confiança, pois uma ardência ao fazer xixi pode indicar outro problema local.

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Por: Cia da Consulta

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