Você sabia que a apendicite pode ser perigosa se não for rapidamente identificada?
A apendicite é uma inflamação ou infecção no apêndice, um órgão linfático localizado no intestino grosso. Esse órgão não possui função conhecida no corpo humano, o que torna a sua remoção um procedimento que não deixa nenhuma sequela.
É necessário, no entanto, removê-lo assim que a infecção se manifeste. A apendicite é uma das urgências cirúrgicas mais comuns. Conheça os sintomas e proteja-se!
Muito provavelmente, você já ouviu falar da apendicite. Essa condição desperta muitas dúvidas e até mesmo medo em algumas pessoas.
Na verdade, a cirurgia trata-se de um procedimento bastante simples, que raramente causa problemas. Mas é muito importante que a apendicite seja diagnosticada com rapidez e eficiência para garantir que o paciente esteja fora de risco.
Entender melhor sobre essa doença pode te ajudar muito a reconhecer os sintomas. Assim, você sabe que estará seguro e receberá tratamento imediato caso aconteça com você.
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A seguir, você encontra todas as informações importantes sobre a apendicite. Entenda do que se trata a doença, quais são os sintomas e causas e o que esperar do tratamento. É só continuar lendo para descobrir:
O que é apendicite?
A apendicite é caracterizada pela inflamação do apêndice. Trata-se de um órgão linfático conectado ao intestino grosso. Veja a localização do apêndice na figura:
Esse órgão, após anos de evolução da espécie humana, acabou perdendo suas funções. Dessa forma, pode ser removido sem oferecer nenhuma consequência negativa para o corpo.
A apendicite normalmente ocorre quando há uma obstrução no apêndice, causando inflamação e acúmulo de pus na região. Exploraremos melhor as causas dessa doença no decorrer do artigo.
Quando a apendicite ocorre, é preciso remover o apêndice o mais rápido possível. Essa é uma das urgências cirúrgicas mais comuns. Embora o procedimento seja crítico, trata-se de uma cirurgia simples e considerada de rotina em qualquer hospital.
A ocorrência da apendicite é maior entre jovens de 10 a 30 anos, mas pode acontecer em qualquer idade. Identificar os sintomas rapidamente é essencial para garantir a segurança do paciente.
O que causa a apendicite?
A apendicite é causada pelo acúmulo de fezes e eventual obstrução do apêndice. As bactérias presentes na massa fecal permanecem presas no apêndice e se proliferam, causando infecção. O acúmulo de gordura também pode causar obstrução.
Outra causa bastante comum de infecções gastrointestinais são os vírus.
Caso não seja removido a tempo, o apêndice pode estourar, espalhando as bactérias para os outros órgãos e, eventualmente, para a corrente sanguínea. O que segue é um caso de infecção generalizada, um quadro grave que pode levar à morte.
Por isso, saber identificar os sintomas é importantíssimo. Perante uma suspeita de apendicite, o ideal é procurar atendimento emergencial imediatamente.
A maioria dos casos de óbito e complicações sérias se devem ao atraso na procura de atenção médica.
Sintomas: como identificar os sintomas da apendicite
Agora que você entende melhor o que é a apendicite e porque ela aparece, é hora de aprender sobre os sintomas. Identificar esses sinais rápido é importantíssimo.
O principal e mais conhecido sintoma é a dor abdominal forte. O local e intensidade da dor podem variar dependendo do posicionamento do apêndice e idade do paciente. Em geral, a dor se localiza na parte inferior direita do abdômen.
Confira quais são os outros sintomas para entender quando procurar ajuda médica:
- Náuseas costumam a aparecer logo no começo da inflamação;
- A dor abdominal pode começar na região do umbigo, se estendendo para o lado inferior direito conforme piora;
- Sensação de má digestão;
- Inchaço na parte baixa do abdômen;
- Febre baixa a moderada (de 37º a 38º);
- Diarréia;
- Calafrios e tremores;
- Dor ou ardência ao urinar;
- Constipação;
- Perda de apetite.
É fundamental que, sentindo dois ou mais desses sintomas, o paciente procure um médico imediatamente. Mesmo a dor abdominal forte sozinha já deve ser um motivo de alerta.
Lembre-se: a apendicite é fácil de curar se diagnosticada logo no começo. Não espere: na dúvida, é melhor procurar um hospital.
Diagnóstico da apendicite
O diagnóstico da apendicite é extremamente simples e rápido, devido à frequência com que o problema ocorre.
Normalmente, apenas a descrição dos sintomas fornecidos pelo paciente, aliada a um exame físico rápido realizado pelo profissional de medicina são o suficiente para confirmar o diagnóstico.
Durante o exame físico, serão procurados determinados sinais para verificar a possibilidade de inflamação do apêndice. Por exemplo:
- Dor na parte inferior direita do abdômen quando o lado inferior esquerdo é apalpado;
- Dor durante a compressão e descompressão de determinados pontos no abdômen;
- Dor na flexão ou extensão da perna direita;
É importante lembrar que o médico procurará por dores em pontos específicos e perante a posições específicas do paciente. Essas verificações, por tanto, não podem ser realizadas em casa: é importante contar com um profissional.
Como o tratamento envolve um procedimento cirúrgico de urgência, é necessário ter certeza sobre a causa dos sintomas. Existem algumas doenças que exibem sinais parecidos com os da apendicite, e portanto pode ser necessário verificar. A confirmação poderá exigir um ou mais exames laboratoriais simples:
- Exame de sangue;
- Exame de urina;
- Radiografia do abdômen;
- Ultrassonografia;
- Tomografia computadorizada.
Como funciona o tratamento da apendicite
O tratamento de todo caso de apendicite exigirá a cirurgia emergencial. Isso se deve à gravidade desse tipo de infecção, que potencialmente pode espalhar bactérias perigosas por toda a corrente sanguínea.
O procedimento é considerado de rotina, apesar da gravidade do caso. Trata-se de uma cirurgia simples e bastante rápida.
Atualmente, além do método tradicional, existe a opção de vídeo-laparoscopia.
Essa cirurgia utiliza recursos tecnológicos mais recentes e possibilita menor tempo de recuperação e menos dor durante o pós-operatório. No entanto, dependendo do caso, pode ser necessário realizar a cirurgia tradicional.
O tempo de recuperação é normalmente bem curto, podendo chegar a apenas dois dias nos casos mais simples. Trata-se de um pós-operatório tranquilo.
Como é a cirurgia da apendicite
A cirurgia da apendicite é chamada de apendicectomia. Ela costuma a ser realizada com anestesia geral, e é um processo muito rápido: dura apenas de 30 a 60 minutos. Hoje, com os avanços da tecnologia, existem duas principais formas de realizar esse procedimento. Confira:
- Cirurgia para apendicite por laparoscopia: São realizados três pequenos cortes de cerca de 1cm. Esses cortes são o suficiente para a remoção do apêndice, graças ao uso de uma pequena câmera introduzida juntamente com as ferramentas cirúrgicas. A vantagem desse método é que, além de deixar cicatrizes menores, o pós-operatório é mais rápido. O paciente pode ter alta depois de dois a três dias, e em geral sente menos dor durante a recuperação.
- Cirurgia para apendicite tradicional: É realizado um único corte de 5 cm no lado direito do abdômen. Esse método deixa uma cicatriz maior e exige um tempo de recuperação mais extenso. No entanto, pode ser necessário realizar a operação dessa maneira em casos que exigem maior liberdade de manipulação na área. Alguns exemplos são quando o apêndice está excessivamente inchado ou quanto o órgão já estourou.
Normalmente, é recomendado que a cirurgia seja realizada nas primeiras 24h desde o aparecimento dos sintomas. Isso evita complicações como o rompimento do apêndice e o espalhamento da infecção.
Pós-operatório
De maneira geral, os pacientes com apendicite ficam internados de 3 a 4 dias, podendo voltar para casa assim que forem capazes de ingerir comidas sólidas novamente.
A recuperação total, no entanto, pode demorar de uma semana até um mês, dependendo do tipo de cirurgia realizada. Durante esse período, é importante garantir alguns cuidados para evitar complicações:
- Repouso relativo na primeira semana: É recomendado fazer caminhadas leves e curtas, mas evitar esforço excessivo;
- Acompanhar o tratamento da ferida com o hospital: Será preciso visitar o médico para trocar os curativos e realizar a limpeza a cada 2 dias. Os pontos poderão ser removidos de 8 a 10 dias após a cirurgia;
- Beber pelo menos 8 copos de água por dia: É importantíssimo manter o corpo hidratado. São especialmente recomendadas bebidas quentes, como chá;
- Preferir alimentos grelhados ou cozidos: As frituras e carnes vermelhas devem ser evitadas em qualquer pós-operatório. Prefira carne branca, peixes, legumes e frutas.
- Pressionar a ferida quando for necessário tossir: Esse procedimento é importante para garantir a cicatrização durante a primeira semana;
- Evitar exercícios nos primeiros 15 dias: tenha cuidado ao subir e descer escadas e evite pegar objetos pesados;
- Dormir de barriga para cima: Para facilitar a cicatrização, o ideal é não apoiar-se no ferimento durante as primeiras 2 semanas;
- Evitar dirigir durante as 3 primeiras semanas: e lembrar-se de ter cuidado ao colocar o cinto de segurança até que a cicatrização esteja completa.
Apendicite em crianças menores de 5 anos de idade
As crianças não possuem recursos o suficiente para descrever seus sintomas com precisão, especialmente se ainda estão aprendendo a falar. Cabe aos pais, então, ficar atentos para os sintomas da apendicite em seus filhos. Veja como identificar a apendicite em crianças menores de 5 anos:
- Náusea e vômito;
- Recusa de alimentos e queixas de falta de apetite;
- Febre duradoura, mesmo que relativamente baixa (37º já deve ser considerado preocupante);
- Queixa de dores abdominais;
- Dificuldades para defecar (que podem variar desde dores excessivas até ressecamento);
Atenção: em bebês muito novos, a distensão abdominal é um dos sintomas mais comunsmuito mais comum do que a dor, estando presente em 75% dos casos. Para reconhecer, basta ficar de olho em possíveis inchaços na barriga. Se a região estiver rígida, procure um pediatra.
Apendicite na gravidez
A apendicite na gravidez pode ser perigosa. Como se houver o rompimento do apêndice, as bactérias se espalham por todos os órgãos do abdômen primeiro, o risco se estende para a mãe e para o bebê.
Os sintomas na gravidez serão os mesmos que já descrevemos. É de extrema importância que a mãe procure um hospital assim que começar a sentir a dor abdominal característica.
Mesmo durante a gravidez, será necessário realizar a cirurgia emergencial para remover o apêndice inflamado. No entanto, a futura mãe pode ficar tranquila: o procedimento não atrapalha de forma alguma o desenvolvimento do bebê.
É importante também destacar que a dor da apendicite à partir do segundo trimestre costuma a aparecer em uma região mais alta do abdômen.
Principais complicações da apendicite
Demorar para identificar e tratar a apendicite pode trazer diversas complicações sérias para o paciente. Eventualmente, essa doença pode levar à morte devido a infecção generalizada.
Quanto a cirurgia para remover o apêndice, é muito simples no começo da condição, o quadro se complica cada vez mais com o passar do tempo. Conforme a infecção avança, existe a formação de pus no apêndice, causando ainda mais inchaço e aumentando as possibilidades de ruptura.
Se houver ruptura, todas as bactérias que causam a infecção se espalham pelo revestimento dos órgãos do abdômen. A contaminação por bactérias fecais é extremamente perigosa para todas as partes do corpo.
Nesse estágio, já será necessário realizar uma cirurgia mais invasiva e fazer o uso de antibióticos mais fortes durante o pós-operatório.
Com o passar do tempo, se não tratada, a infecção espalha-se pelo corpo, pois as bactérias são absorvidas pela corrente sanguínea.
Nesse estágio, é extremamente difícil tratar a doença, que já caracteriza um caso de infecção generalizada.
Será necessário fazer uso de antibióticos potentes e internar o paciente por tempo indeterminado. A infecção generalizada pode causar falência dos órgãos e levar o paciente a óbito.
Se removido no início da apendicite, no entanto, o órgão não fará nenhuma falta para o paciente.
O apêndice não possui função conhecida, e não existem efeitos colaterais negativos deixados pela cirurgia quando feita assim que os sintomas aparecem.
Trata-se de um processo extremamente simples e pouco invasivo, que não deixa sequelas. Por isso, assim que identificar os sintomas, procure o seu médico. Quando mais cedo a apendicite for diagnosticada, mais simples e eficiente é o tratamento.
Grupos de risco da apendicite
Como toda condição médica, existem alguns fatores que podem aumentar o risco de ocorrência. O maior fator de risco relacionado com a doença é a idade. Adolescentes e jovens adultos estão mais propensos a apresentar apendicite (entre 10 a 30 anos). No entanto, ela pode ocorrer em qualquer fase da vida.
Não foram identificados outros fatores de risco significativos. O gênero, histórico familiar ou genético ou outras características específicas não apresentam dados expressivos em relação à apendicite em nenhuma das pesquisas realizadas até hoje.
Mitos sobre a apendicite
Por ser uma doença muito comum, é natural que apareçam mitos e informações errôneas sobre os sintomas, causas e fatores de risco.
Muito se ouve sobre comportamentos e hábitos que tornam o aparecimento da apendicite mais provável. No entanto, é interessante lembrar que não existem comprovações científicas de relação entre essas ações e a inflamação do apêndice.
Veja alguns mitos sobre a apendicite, que já foram confirmados como falsos pela ciência:
- Consumo excessivo de grãos pode causar apendicite: não existe nenhuma relação comprovada entre o consumo de grãos e a inflamação;
- A apendicite é causada pela ingestão de objetos que não podem ser digeridos ou chiclete: embora esse seja um quadro problemático, principalmente em crianças, não há relação direta com a apendicite;
- A apendicite é causada pela falta de fibras na dieta: não foi possível comprovar nenhuma relação entre dieta e apendicite;
- Ter intestino preso constantemente aumenta as chances de ter apendicite: o intestino preso pode ser um sintoma de apendicite, mas não o contrário;
- Se seus pais tiveram apendicite, você terá o mesmo problema hora ou outra: não existem causas genéticas comprovadas nos casos de apendicite;
- O paciente vem à óbito assim que o apêndice rompe: quando o apêndice rompe, a infecção se espalha e o risco aumenta. Mas ainda existem chances de recuperação nesse estágio;
- O apêndice é como uma bomba relógio, hora ou outra vai inflamar em todas as pessoas: muitas pessoas passam a vida inteira sem ter nenhum problema relacionado ao apêndice;
- As fezes são sempre depositadas no apêndice, e se acumulam lá até que ele infeccione: a infecção pode ser causada por uma pedra fecal que fique presa na entrada no apêndice, prendendo as bactérias naquele espaço. No entanto, de forma geral, esse órgão não acumula fezes.
Conclusão
A apendicite é uma das condições emergenciais mais comuns em todo o mundo.
Apesar de necessitar de intervenção cirúrgica imediata, essa é uma doença facilmente tratada quando diagnosticada rapidamente. As complicações aparecem apenas quando o paciente espera tempo demais antes de procurar ajuda médica.
Após o rompimento do apêndice inflamado, é mais difícil conter a infecção, que pode se espalhar para a corrente sanguínea. Por isso, é essencial conhecer todos os sintomas e saber reconhecer o momento de ir até o hospital. No geral, a cirurgia é rápida e simples, e não exige um pós-operatório longo.
A apendicite é especialmente perigosa nos casos de gravidez. É importante que a futura mãe procure o médico ao menor sinal da doença para evitar o rompimento, já que as bactérias podem ser perigosíssimas para o bebê.
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